Á saída da reunião
ministerial, Damares, Paulo Guedes, o Conde Drácula, Frankstein, e a liderança
do grupo, o boneco Chuky, anunciaram, em rápida coletiva, que, finalmente, 'foi resolvido o problema com o quilo do arroz,
e não se fala mais nisto, pois o valioso produto, será a partir de agora,
vendido, não mais no peso, mas aos grãos'. Além do que, arroz com feijão é
coisa de comunista. Dos elevados platôs morais da terra plana, é lançado o novo
prato do dia, do Brasil sem corrupção, do desgoverno Bozo e os irmãos metralha:
o novo prato verde e amarelo, macarrão com feijão. Fartem-se, enquanto podem,
daqui a pouco chamam o Dória para prescrever a ração. Hi-hó, hi-hó. (10 de
setembro).
A foto do inominável, o
único sem máscaras, em meio a várias autoridades e, mesmo os puxa-sacos de
sempre, todos com suas máscaras brancas, devidamente colocadas, em pleno Sete
de Setembro, faz-me ver que, além do atoleiro movediço em que nos metemos,
acabamos de perder o terrível e cruel desafio que a história nos colocou,
frente a frente, qual seja, uma imensa roleta-russa, onde, prontamente,
apertamos o gatilho, no justo momento, em que ajusta-se à mira, a pesada bala
de chumbo. O mito da independência, enfim, dobra-se à mitificação do absurdo, a
uma autofagia pseudopatriótica e à infalível roleta-russa do capitão. Corre o
Sete de Setembro de 2020. (07 de setembro).
A vitória da morte, pelas
vias da política, faz-se tão decisiva, que sequer percebemos, quando
desinventaram o luto. O país do mito é uma nação de zumbis, não pelos que já se
foram, pois estes, jazem sepultos, mas por estes que fazem da morte,
objeto de culto e veneração, vagam carregando as bandeiras da tirania e da
tortura, ornados com correntes de ossos, profanando cadáveres e disseminando o
ódio. Estes mesmos que, orgulhosos, aprenderam a fazer arminha com a mão,
símbolo da conquista de uma cidadania ensandecida, em um país em estado de
putrefação, a louvar e eleger demônios e atirar nos próprios pés. O Brasil,
sempre tão adormecido, acordou do sono profundo, como um gigante imbecil, que
mete a testa ao espelho, pois prefere sangrar, a ver o quanto pode ser feio.
(06 de setembro).
A covardia e a perversão
caminham juntas, lado a lado. O desgoverno que temos, nas excrementíssimas pessoas do execrável merdatário, e seus
entes, doentes, mais próximos, é o retrato acabado, em altíssima resolução, da
união de todas as sandices e maldades que a desnatureza humana pôde conceber. A
esta altura do campeonato, quem ainda se põe a lamber deste esgoto, é tão
mortífero como os piores dos vírus. São putrefatamente escrotos estes canalhas.
(03 de agosto)
O mesmo primitivismo do
pensamento, embotamento da razão, que, por ter fora de seu campo de visão, as
curvaturas da Terra, proclama que ela é plana, empunha a bandeira do há que se
ver para crer, como das mais confiáveis e preciosas. Diante de um agente patológico
mortífero e invisível, que impõe cuidados, consigo mesmo e com os outros,
teremos que fazer as contas, a verificar qual vetor apresenta maior letalidade,
o vírus, por si só, ou o fundamentalismo da ignorância, a negação plena da
sapiência que, a duras penas, nossos mais remotos ancestrais nos deixaram como
legado, para que sobrevivéssemos como espécie. Estaremos à altura de tamanho empreendimento e desafio?
(24 de julho).
Marcos Vinícius.
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