Não sou de parar para ouvir
conversas alheias de desconhecidos, bisbilhotices, seja na rua ou vizinhança, a
menos que essas ocorram bem próximas de mim e aos berros. Não deu para vê-los,
apenas ouvir os exaltados interlocutores. O mais velho, supostamente, o pai da
garota, tentando ganhar o debate no grito, defendendo alguns autoritarismos, a
voz era dura, severa e implacável, tenta desqualificar o argumento da filha,
quando esta, dando voltas à conversa, interpela-o e diz, em alto e bom tom: - O
meu Deus não defende a morte ou assassinatos, o meu Deus não prega o ódio. O
meu Deus é o Deus do amor. Seguiu-se um silêncio, quase absoluto. Não vi suas
expressões ou gestos, sequer suas sombras, mas foi lindo. Tem horas que até
parece que as coisas ainda têm jeito.
Marcos Vinicius.
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