quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Fica, Mujica!




Não sou dos que defendem a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma, pelo menos, enquanto não se encontre qualquer procedimento que a vincule diretamente aos esquemas de falcatruas. Por mais que o governo de plantão cometa estelionato eleitoral, prometendo uma coisa e fazendo outra, não acho que trocar de presidentes possa ser algo tão banal, e até onde sei, a mandatária, além de toda gritaria midiática, ainda não teve, quer queiramos ou não, seu nome atrelado a qualquer uma das grandes linhas de investigação dos esquemas de corrupção no país. Até que se prove o contrário, a presidente tem todo o direito de prosseguir em seu mandato, não só por ela mesma, mas também em respeito aos milhões de votos que lhe foram dados no último pleito, e ao contrário do que muitos imaginam, não apenas pelos nordestinos, mas em cada cidade deste país. Afora isto, as perspectivas são mesmo desalentadoras, nos mais variados aspectos, somos um povo, praticamente, sem perspectivas econômicas, distributivas ou políticas, não apenas pela conjuntura internacional, que não deixa de ter sua relevância, mas também, pela nossa incompetência cívica em possibilitar alternativas, haja vista, o Congresso Nacional que acabamos de eleger, um dos mais reacionários e corruptos de nossa depauperada história. Diante da falta de quadros ou sonhos, sugiro então, que criemos já a partir do último ano do governo Dilma, uma grande campanha, pelo Brasil afora, “Fica Mujica”, um apelo que faremos de povo para povo, um pedido de empréstimo, dos brasileiros para os uruguaios, que nos empreste o seu ex-presidente. Afinal, não apenas somos hermanos latino-americanos, como vizinhos fronteiriços. Quem sabe, como nunca se viu na história deste país, poderíamos usufruir de um presidente, mesmo que não originariamente nosso, mas que pudesse afirmar, após encerrar um período de dois mandatos consecutivos, sem qualquer constrangimento, como o fez em 29 de Agosto, em São Bernardo do Campo, “Não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar a nós mesmos. Se começamos a mudar, sobretudo os que estão nos partidos, se entende que num partido não se ganha dinheiro, não se deve enriquecer.” Mujica não acumulou fortuna, faz doações de parte de seu salário, fez avançar pautas progressistas e sua vida simplória conquistou a simpatia do mundo inteiro. Lançada então, a campanha, Mujica, presidente do Brasil.



Marcos Vinícius.


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