quarta-feira, 24 de junho de 2015

Vôo da borboleta



A borboleta, esvoaçante e colorida, pousa, levemente, sobre o galho fino da árvore frondosa, de tronco robusto, universo de biodiversidades, imaginando que nenhuma outra obra da criação trouxesse tanta beleza quanto às asas exuberantes com as quais havia nascido, e dali, vai brincando com as folhas, rodopiando, bailando entre as flores, desviando-se das teias e dos insetos. Ao virar-se para um galho superior, depara-se com um pequeno primata arborícola alimentando-se de sementes e o indaga, vaidosamente. O que fazes aqui criatura, se a natureza por aqui lhe quisesse, teria lhe dotado de asas, um ser voador, não um mamífero peludo de quatro patas e olhos esbugalhados. Vê estes olhos? Responde o animalzinho. Serve-me muito bem para orientar-me no escuro das copas, entre as criaturas da noite e no conforto das alturas. Vê estes galhos, troncos, tocos e ramos? Nunca percebeu que são também caminhos? A borboleta não respondeu. Pois é, a natureza os preparou para nós.


Marcos Vinícius.

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