domingo, 10 de novembro de 2019

Belo Horizonte, 2019




Para não deixar dúvidas que aqui se trata de fascismo, Belo Horizonte, através de sua Câmara Municipal, pela primeira vez, em trinta e cinco anos, fechada para o povo, com um esquema de policiamento ostensivo, aprovou o Projeto 274/17, Lei da Mordaça ou Escola sem partido, em um primeiro turno de votação. A Lei da Mordaça é um ataque feroz da extrema direita, que visa destruir os mais elementares pilares do processo educativo, a liberdade, a universalidade do conhecimento, e criminalizar o trabalho docente e o professor. O projeto inspira-se na famigerada paranóia do marxismo cultural, teoria conspiratória, hoje alimentada pelos ianques, mas que remonta à Alemanha do período entre guerras, onde os ressentimentos, o ódio e a bestialidade triunfante, conduziram o mundo e sua civilização à barbárie, aos campos de extermínio, às câmaras de gás, ao hitlerismo. Não se trata de exagero ou força de expressão , o fascismo é histórico, contemporâneo, e seus monstros continuam vivos, muito vivos, entre nós. Pobres de nós. A Câmara Municipal, lacrada, tornou-se então, além do reforçado cordão policial, uma grande vitrine, onde Belo Horizonte, absurdamente, tristemente, se expõe, como a grande vanguarda do atraso. Corre o ano de 2019.


Marcos Vinícius.

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