Para não deixar dúvidas que aqui
se trata de fascismo, Belo Horizonte, através de sua Câmara Municipal, pela
primeira vez, em trinta e cinco anos, fechada para o povo, com um esquema de
policiamento ostensivo, aprovou o Projeto 274/17, Lei da Mordaça ou Escola sem
partido, em um primeiro turno de votação. A Lei da Mordaça é um ataque feroz da
extrema direita, que visa destruir os mais elementares pilares do processo
educativo, a liberdade, a universalidade do conhecimento, e criminalizar o
trabalho docente e o professor. O projeto inspira-se na famigerada paranóia do
marxismo cultural, teoria conspiratória, hoje alimentada pelos ianques, mas que
remonta à Alemanha do período entre guerras, onde os ressentimentos, o ódio e a
bestialidade triunfante, conduziram o mundo e sua civilização à barbárie, aos
campos de extermínio, às câmaras de gás, ao hitlerismo. Não se trata de exagero
ou força de expressão , o fascismo é histórico, contemporâneo, e seus monstros
continuam vivos, muito vivos, entre nós. Pobres de nós. A Câmara Municipal,
lacrada, tornou-se então, além do reforçado cordão policial, uma grande
vitrine, onde Belo Horizonte, absurdamente, tristemente, se expõe, como a
grande vanguarda do atraso. Corre o ano de 2019.
Marcos Vinícius.
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